quarta-feira, 26 de julho de 2017

XAROPE de MILHO - Frutose age no fígado aumentando a produção de triglicérides.



Nos últimos 25 anos, a indústria de alimentos nos Estados Unidos tem alterado o tipo de açúcar utilizado na fabricação de seus produtos. Passou a usar o  xarope de milho rico em frutose, cuja sigla em inglês é HFCS. Ele é mais barato, mais doce, mais solúvel nos alimentos e de mais fácil estocagem que o açúcar tradicional e tem um poder adoçante maior do que o açúcar, podendo ser utilizado em quantidades proporcionalmente menores para alcançar o mesmo poder adoçante", relata Ellen Simone Paiva, endocrinologista e nutróloga, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional, em São Paulo.
A frutose, presente no xarope utilizado para adoçar os alimentos, é o mesmo açúcar encontrado nas frutas. "Mas o fato preocupante é que a concentração desse açúcar é tão elevada na maioria dos produtos industrializados que é impossível não exceder às recomendações diárias de consumo dessa forma de carboidratos. Aparentemente, a frutose age no fígado aumentando a produção de gorduras chamadas triglicérides, que inundam esse órgão e chegam em grande quantidade à corrente sanguínea", pontua a médica.
Segundo ela, ingerir alimentos produzidos com o HFCS tem o mesmo efeito de se consumir uma refeição com alto teor de gordura. "Ao fazer isso, não apenas ingerimos mais calorias, como armazenamos mais dessas calorias sob a forma de gorduras. Isso também ocorre, sem dúvida, quando consumimos açúcar da cana e beterraba, em grandes quantidades, mas com o HFCS as alterações no peso corporal têm sido muito mais intensas devido ao maior teor de frutose concentrada no xarope".
O presidente do departamento de endocrinologia da Associação Médica de Minas Gerais, Victor Eurípedes Barbosa, acrescenta que "o excesso de frutose pode ser convertido em um tipo de gordura chamada triglicerídeos que, quando elevada, contribui para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares".
Fernando Aislan, nutricionista funcional, explica que vários estudos apontam os efeitos colaterais pelo consumo excessivo do xarope de milho: esteatose hepática (gordura no fígado), elevação do LDL (mau colesterol), hipertensão, aumento do ácido úrico e ganho de peso.
No Brasil, segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o HFCS é um produto legalizado desde a década de 60, mas é impossível saber em que alimentos ele vem sendo utilizado.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que controla os produtos de origem animal e bebidas, informa que apenas o xarope de groselha é permitido no país e vem sendo usado em algumas bebidas.
No mundo fast food em que vivemos, fica muito mais fácil comprar comida pronta. Só que esses alimentos preparados longe das nossas cozinhas nem sempre são benéficos à saúde. E, pior, como decifrar as letras miúdas dos rótulos?

A legislação brasileira obriga a indústria a informar com clareza e precisão os ingredientes utilizados no preparo dos alimentos. Já sabemos quanto de sódio, gordura saturada e hidrogenada contém cada item que colocamos em nosso carrinho de compras, mas o mesmo não ocorre com o açúcar.
http://www.otempo.com.br/capa/brasil/alerta-para-o-xarope-de-milho-o-a%C3%A7%C3%BAcar-do-mal-1.365476Parte superior do formulário

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